quinta-feira, 31 de janeiro de 2008

operário padrão (césar brunetti)


Coração...
que trabalha no peito de um compositor
hoje eu vim te falar de motor pra motor
te contar o que se passa do peito pra fora
sofrido Coração,
brincadeira tem hora e agora é o limite
e acredite que o teu proceder me apavora
já não tens mais idade pra tanta emoção...

Coração...
que rege o batuque ao bater da batuta
que reage no muque à censura e a conduta
não espere num truque que alguém te socorra
não corra Coração,
modere tua garra, não mate... não morra
teu eletro é uma farra parece gangorra
lembra bem que a cigarra só dura um verão...

Coração...
és o réu condenado por tantas paixões
o inocente culpado nas desilusões
tens a fama de tolo, infiel, vagabundo
bandido Coração,
inibido, traído, teimoso e alado
o refrão repetido, refém bem tratado
nos versos e rimas de tantas canções...

Coração...
que trabalha no peito de um compositor
hoje eu vim te falar de motor pra motor
te contar o que se passa do peito pra fora
sofrido Coração,
brincadeira tem hora e agora é o limite
e acredite que o teu proceder me apavora
já não tens mais idade pra tanta emoção...

'rebenta Coração,
de alegrias, tristezas, te faz em pedaços
que amanhã os garis varrem teus estilhaços
nos morumbas, maracas e nos mineirões
no fundo Coração,
tens que honrar a função de ser braço direito
o xodó do patrão, o amigo do peito
o operário padrão que fabrica emoções...

Coração...
és o réu condenado por tantas paixões
o inocente culpado nas desilusões
tens a fama de tolo, infiel, vagabundo
bandido Coração,
inibido, traído, teimoso e alado
o refrão repetido, o refém bem tratado
nos versos e rimas de tantas canções...

aguenta Coração,
e sustenta tua sina como um estandarte
se amanhã tu te calas de angina ou de enfarte
cantarão pra lembrar-te mais mil Corações!

um lugar... (minas)


Sim é verdade, a vida é mais livre

o medo já não convive nas casas, nos bares, nas ruas

com o povo daqui

e até dá pra pensar no futuro

e ver nossos filhos crescendo, sorrindo

mas eu não posso esconder a armagura

ao ver que o sonho anda pra trás

e a mentira voltou

ou será mesmo que não nos deixara?

a esperança que a gente

carrega é um sorvete em pleno sol


o que fizeram da nossa fé?


Eu briguei, apanhei, eu sofri, aprendi,

eu cantei, eu berrei, eu chorei, eu sorri,

eu saí pra sonhar meu País

e foi tão bom, não estava sozinho

a praça era alegria sadia

o povo era senhor

e só uma voz, numa só canção


e foi por ter posto a mão no futuro

que no presente preciso ser duro

e eu não posso me acomodar

quero um País melhor

Minas


Haja coração
E haja tal coragem
Pra querer te alcançar
Haja resistência
Luminosidade
Pra saber te agitar
Quando fantasia e realidade
Dançam na mesma estação
Haja novidade
Haja madrugada
Pra poder te entender
Mutante
Que nomes você tem?
Poço de carinho
E estouro de boiada
Corre no meu peito
Vem cor de pecado e lua
É, pássaro que chega
Quer luz e calor
Como o mar do nosso amor
Namorar no parque
Viajar no quarto
E muito que se viver
Busca da loucura
Doce criatura
É tanto pra se querer
Viagem
Que ninguém descreveu
Voa contra o tempo
Vive a noite e o dia
Muda a geografia
Faz qualquer rincão tão perto
E o pássaro que volta
Traz luz e calor
Como o mar do nosso amor

quarta-feira, 30 de janeiro de 2008

imagens sempre valem mais...


Minas


Quero a utopia, quero tudo e mais

Quero a felicidade nos olhos de um pai

Quero a alegria muita gente feliz

Quero que a justiça reine em meu país

Quero a liberdade, quero o vinho e o pão

Quero ser amizade, quero amor, prazer

Quero nossa cidade sempre ensolarada

Os meninos e o povo no poder, eu quero ver

São José da Costa Rica, coração civil

Me inspire no meu sonho de amor Brasil

Se o poeta é o que sonha o que vai ser real

Bom sonhar coisas boas que o homem faz

E esperar pelos frutos no quintal

Sem polícia, nem a milícia, nem feitiço, cadê poder?

Viva a preguiça viva a malícia que só a gente é que sabe ter

Assim dizendo a minha utopia eu vou levando a vida

Eu viver bem melhor

Doido pra ver o meu sonho teimoso,um dia se realizar

terça-feira, 29 de janeiro de 2008

é nessas horas que a gente percebe o quanto é importante ter alguém por perto...
não... o que quero dizer não é ter alguém ali, ao lado do leito de morte...
mas ter alguém ao lado durante um pedaço da vida...
é nessas horas de coração apertado que a gente percebe que fazer a coisa certa nem sempre é fazer coisas que os outros esperam da gente, e sim, coisas que o coração dá dica e às vezes até manda...
é nessas horas de tristeza profunda, por não ter conseguido ficar por perto o máximo de tempo possível, é que a gente percebe o quanto ou o quê o a gente fez de errado, ou se enganou pela vida...
é nessas horas em que você fica sem um "ícone" na vida é que se percebe que tudo que a gente faz não vale muita coisa, pois esse tudo acaba indo pra debaixo da terra com teu corpo já em estado miserável...
é nessas horas que a gente percebe também o quanto vale a pena ser como a gente é: verdadeiro, apaixonado, volume 10... você percebe todo mundo do teu lado, mas aí já é tarde demais...
é nessas horas que a gente junta todas as tristezas vividas e elas acabam virando uma só, dolorida demais... mãe, irmão, pai....
mas o pior dessas horas é não ter ninguém que te aconchegue... que te dê um mínimo de carinho, um mínimo que seja.... é não ter ninguém que te dê forças externas pra continuar no caminho... na vida... até a hora que for...
é nessas horas que a gente vê a cabeça da gente tumultuada, cheia de informações desencontradas, cheia de papo furado....
vocês não tem noção do tamanho da falta que alguém especial faz nessa vida pequena, de um cara que se acha o máximo, mas que na verdade não passa de um grão de areia, um minúsculo grão de areia, na imensidão dos grãos de areia que existem em uma bela praia....(como era mesmo? azulzinho, verdinho, branquinho????)

é nessas horas que a gente precisa de alguém por perto... alguém que te conheça... alguém que mesmo vendo só os nossos defeitos, esteja por perto, com um ato, um gesto, uma palavra, um carinho...

pra terminar toda essa baboseira, é nessas horas que a gente descobre realmente o que é amar....

um beijo,

Dudu

ei!

dias que vêm...
dias que vão...
e assim segue a vida em seu curso básico: aquela história do trem que chega ser o mesmo que vai...
nada mais perfeito que essa figura...
agora tô esperando o trem chegar de novo pra ver o que guarda de surpresa...
pelo menos pra equilibrar: chegou um, foram-se dois...
dias longos...
arrastados...
sem sol...
dias sem sol são muito chatos...
dias com chuva então, nem se fala!
quero ter nas mãos a possibilidade de ser feliz!
e isso ninguém vai me tirar...
quero ter nas mãos a possibilidade de ter por perto amigos....
e isso ninguém vai me tirar... por mais que queiram...
enquanto estiver vivo quero a AMIZADE!
isso sim, vale a pena..
o que a gente ganha na vida são AMIGOS...
e isso eu prezo demais...
por isso, mais uma vez: enquanto estiver vivo quero a AMIZADE!
qualquer uma...
ou uma em especial: dói o silêncio, corta a carne como se fosse navalha... mas não tem de quê:
tô por aí... tô por aqui... tô em qualquer lugar...
here, there and everywhere....
quero ser feliz de novo...
nem que esse trem que tá pra chegar demore...
não tem problema...
a gente espera!


sexta-feira, 4 de janeiro de 2008

o homem velho (caetano)

O homem velho deixa a vida e morte para trás
Cabeça a prumo segue rumo e nunca, nunca mais
O grande espelho que é o mundo ousaria refletir os seus sinais
O homem velho é o rei dos animais
A solidão agora é sólida, uma pedra ao sol
As linhas do destino nas mãos a mão apagou
Ele já tem a alma saturada de poesia, soul e rock'n'roll
As coisas migram e ele serve de farol
A carne, a arte arde, a tarde cai
No abismo das esquinas
A brisa leve traz o olor fulgaz
Do sexo das meninas
Luz fria, seus cabelos têm tristeza de neon
Belezas, dores e alegrias passam sem um som
Eu vejo o homem velho rindo numa curva do caminho de Hebron
E ao seu olhar tudo que é cor muda de tom
Os filhos, filmes, livros, ditos como um vendaval
Espalham-no além da ilusão do seu ser pessoal
Mas ele dói e brilha único, indivíduo, maravilha sem igual
Já tem coragem de saber que é imortal

quarta-feira, 2 de janeiro de 2008

vida


acho que não tem momento melhor pra falar da vida do que esse momento...
afinal, ela sempre continua...
firme, forte, imperatriz!
inabalável,
vai fazendo e desfazendo corações, emoções da gente...
todo dia,
todo instante,
toda hora,
minuto,
segundo...
todo
tudo.
a vida e suas peças...
já até escrevi sobre as peças que a vida prega na gente, mas foi noutro momento...
mas escrever sobre a vida significa quase necessariamente ser redundante...
a vida é isso...
a vida é aquilo...
aquilo outro também...
afinal, a vida é a vida, pô!
não existisse a vida, não existiríamos nós.
(já tô achando isso tudo filosofia muito barata, mas vamos nessa...)
na verdade, queria escrever/falar sobre a vida pra falar do meu velho...
é. ele mesmo...
aque velho chato, ranzinza, genial, professor de tudo... e infelizmente (pra mim não, porque era bom pra tirar sarro) palmeirense...
queria falar desse velho que me botou no mundo e me deu umas dicas - do jeitão dele, é verdade - de como encarar a tal da vida... queria falar um monte de coisa, mas faltam palavras.
nesse momento sobram lágrimas...
lágrimas, não pela ida do velho prum lugar mais legal... que com cereza existe e é bem bacana...
sobram lágrimas sim, por não ter trocado mais idéias com ele...
aprendido um pouco mais com ele.
mas a vida é assim: implacável...
ou você faz o que tem que ser feito ou depois chora por não ter feito o que tinha que ser...
valeu, velho!
valeu, seu "cidir"...