terça-feira, 30 de setembro de 2008

amor em tempos revoltos...

chega a me impressionar algumas imagens ou alguns momentos que vejo pelas ruas...
essa semana estava conversando com uma amiga que dizia que apesar de tempos tão revoltos e incertos ainda acreditava na possibilidade do amor.
fiquei com esse papo na cabeça até que dentro de um vagão do metrô pude chegar a uma certeza: a possibilidade do amor duradouro pra quem é mais velho é infinitamente superior a possibilidade do amor duradouro pra quem é mais jovem (talvez isso não seja uma regra, mesmo porque pra toda regra existe a tal exceção, mas é difícil a gente conhecer alguém hoje em dia que fique muito tempo vivendo e convivendo e crescendo e se conhecendo ao lado de outro alguém, porque - principalmente - falta flexibilidade às pessoas... quaisquer que sejam elas.)
bom, passada a digressão, vamos ao fato que comprova que o amor, sim, pode durar por muito tempo...
estava no metrô indo pro trabalho e numa das estações pelas quais passo diariamente entrou um casal de muita idade...
ela segurando ele pelo braço, o apoiando...(ele parecia um pouco abatido)
logo que encontrou um lugar vago ela o posicionou pra sentar (aí entra também a falta de sensibilidade dos mais jovens ainda: o garoto que viu a cena e estava sentado ao lado do lugar vazio não fez a menor menção de se levantar)...
pelo fato descrito no parênteses ela foi procurar um outro lugar vazio...
encontrou rapidinho e logo se sentou...
mas ele, ainda de pé, não tendo no braço a mão do apoio, procurou por ela mexendo a cabeça na rapidez que a idade permitia...
como não a encontrava seu rosto começou a mostrar preocupação...
até que num momento um rapaz que também viu toda a cena chegou no senhor que ainda estava em pé e mostrou onde ela estava sentada...
quando os olhares dos dois se cruzaram ele abriu um sorriso de criança: feliz, sincero, verdadeiro, de dentro da alma e aí sim foi se acomodar em seu espaço...
sim, eu sei... essa é uma cena que pra muitos passaria desapercebida, mas que pra mim por conta da conversa com minha amiga, marcou...
quando percebi, senti uma lágrima rolando no meu rosto...
uma lágrima rápida, porque homem não chora na frente dos outros, né? (outra grande besteira da humanidade, essa ladainha)
senti uma estranha sensação, talvez por descobrir ali, numa cena corriqueira e cotidiana que sim, o amor duradouro realmente existe e que isso não é nenhum conto de fadas!

sexta-feira, 26 de setembro de 2008

mais coisas...

((eu nunca soube dar nomes aos textos que escrevo... então, permito o plágio ao maestro Moacir Santos e suas maravilhosas "Coisas", em especial a Coisa nº 6...))

quem sou eu pra achar algo...
(na verdade eu sempre tô procurando algo...)
mas dessa vez, vou "achar", mais uma vez.
na minha humilde opinião, "acho" - indistintamente - que pessoas não têm o direito de proporcionar momentos de raiva ou tristeza ou qualquer outro sentimento ruim em outras pessoas...
- esta seria a máxima de um mundo ideal. pelo menos pra mim -
porque pensa bem:
o mundo já tá totalmente zoado...
uma borboleta bate asas na ásia e a economia dos estados unidos desaba como se estivesse sobre uma maria-mole!
o vento que faz bem aqui, estraçalha em outro lugar!
a chuva que traz verde, traz também cores menos amistosas!
o sol - parece - já não é assim tão sinônino de coisa boa, a não ser naqueles horários fixados sabe-se lá por quem e sabe-se lá onde e sabe-se muito menos ainda, o porquê. quer dizer, o porquê a gente sabe sim...
é porque a tal camada de ozônio que botaram em cima da gente pra dar uma força na vida já foi quase que inutilizada por essa mesma gente que se acha o máximo!
desculpa a aspereza ou a crítica ácida, mas é verdade... pelo menos eu "acho"
o ser humano já fez tanto mal pra outro ser humano em atos irresponsáveis ou inpensados que deveria ser terminantemente proibido pessoas proporcionarem momentos de raiva ou tristeza ou qualquer outro sentimento ruim em outras pessoas...

é isso!

quarta-feira, 24 de setembro de 2008

cazuza

Cantando a gente inventa.
Inventa um romance, uma saudade, uma mentira...
Cantando a gente faz história.
Foi gritando que eu aprendi a cantar:
sem nenhum pudor, sem pecado.
Canto pra espantar os demônios,
pra juntar os amigos.
Pra sentir o mundo,
pra seduzir a vida.

domingo, 21 de setembro de 2008

coisas

essa vida atribulada que a gente leva numa cidade como são paulo faz com o que o tempo passe ainda mais depressa do que já passa naturalmente...
eu nasci no interior.
sou caipira.
gosto de olhar
vislumbrar
descobrir detalhes ocultos...
gosto de cativar pessoas, amigos...
e nessa vida corrida cheia de percalços, de números do ibope, de relacionamentos vãos, a gente acaba perdendo um pouco da essência.
e nessa de perder a essência perdemos cada dia um pouco daquilo que nos fez ser o que somos...
se a vida fosse ato contínuo não teria mesmo a menor graça...
mas acontece que uma hora ou outra a gente é pego de surpresa por despedidas...
não sou como a carolina do chico buarque que vê a vida passar da janela: invariavelmente tô no turbilhão que passa em frente essa e outras tantas janelas...
invariavelmente acredito que aquelas pessoas que conhecemos quando ainda éramos crianças serão eternas...
mas acontece que a vida é mesmo implacável...
de uma hora pra outra pessoas se vão...
sem as despedidas necessárias...
sem as palavras que tem que ser ditas...
peço desculpas pela falta de tempo.
às vezes quero fazer o relógio andar mais devagar...
por isso até tirei o relógio do pulso...
as horas, os minutos, os segundos...
eles realmente não param... e o pior é que nem precisamos dar corda...
não adianta fugir desse caminho...
pessoas se vão...
outras aparecem...
mas as pessoas que vão poderiam pelo menos esperar um pouco mais pra gente dizer tchau...

((escrevo isso sob o efeito de uma notícia triste que fiquei sabendo duas semanas depois do acontecido e nem falei nada com ninguém, muito menos com um grande amigo...))

tenho uma coisa só pra reclamar da vida: ela passa rápido demais e quando a gente vai ver, às vezes não vê mais ninguém por aí...
será que tem algum procon que aceita esse tipo de reclamação???
deveria existir, não é, seu Dedé?